29 de outubro de 2013

SAPOS, RÃS E PERERECAS

Os anfíbios são animais que vivem parte de sua vida em ambiente aquático (fase larval) e parte em ambiente terrestre (adulto). No Brasil, ocorrem cerca de 800 espécies, sendo que o grupo mais diversificado é o dos anuros.

Os anuros compreendem animais sem cauda. Fazem parte desse grupo os sapos, pererecas e rãs. Esses seres são frequentemente motivo de medo e nojo por grande parte das pessoas, entretanto não há motivo para pânico. Vamos conhecer algumas características desses animaizinhos?


Os sapos são geralmente da família Bufonidae. Apresentam pele seca e áspera, sendo capazes de dar pequenos saltos. Frequentemente os adultos são encontrados em ambientes com pouca água, entretanto eles voltam para lagos e lagoas na época de reprodução. Eles possuem tamanho médio e não são usados na alimentação humana. 

Os sapos possuem uma glândula de veneno localizada próxima à região dos olhos. Vale destacar que não há motivo para pânico, pois, diferente do que muita gente pensa, eles não lançam veneno. A substância tóxica só é liberada quando a glândula é pressionada, como quando o animal é mordido por outro. Entre as espécies de sapo brasileiras, podemos destacar o sapo-cururu (Bufo marinus).




Existem espécies de rãs em inúmeras famílias, mas podemos destacar a família Ranidae e Leptodactylidae. Esses animais são de tamanho médio a grande, sendo capazes de darem saltos longos que podem atingir mais de 1 metro de comprimento. Diferentemente dos sapos, gostam de viver próximos a lagos e lagoas. A pele é mais fina e úmida que a dos sapos e suas patas traseiras são longas. As rãs frequentemente são usadas na culinária.





Por fim, temos as pererecas, que, assim como as rãs, possuem representantes em diversas famílias, sendo uma delas a família Hylidae. Quando comparadas a sapos e rãs, ela apresenta tamanho muito reduzido. Sua pele é lisa e úmida como a das rãs, podendo ser diferenciada pelos seus dedos. Os dedos das pererecas possuem ventosas que permitem que elas literalmente subam pelas paredes. Essas ventosas são importantes, uma vez que elas possuem hábito arborícola. 

Agora você já sabe a diferença entre esses três tipos de anfíbios! Quando ouvir alguém falando que a rã é a fêmea do sapo, explique a diferença‼!

O ÁRTICO PEDE SOCORRO

As implicações ambientais e políticas do rápido degelo marinho

Por Jefferson Cardia Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — publicado na edição 70 da Revista Carta Capital, de outubro de 2013.

Os alarmes no Ártico, ano a ano, vêm disparando, a cobertura de gelo do oceano alcançou, no dia 16 de setembro, o menor tamanho já registrado, desde que medições começaram a ser feitas no local, em 1979. O derretimento recorde fez com que a extensão da camada de gelo no oceano se reduzisse a apenas 3,41 milhões de quilômetros quadrados, número 18% menor ao de 2007, quando foi registrado o último recorde antes do verão de 2012.

Para entender o que esse número representa, é importante conhecer o ciclo da região. A extensão do gelo no Oceano Ártico cresce a cada inverno, quando o Sol se põe por vários meses, e encolhe a cada verão, quando o sol sobe mais alto no céu e a claridade toma conta da região. A cada ano, a cobertura registra seu ponto mínimo em setembro, com o fim do verão, o que é um fenômeno natural. O inédito é a redução dessa cobertura na comparação ano a ano, que vem acontecendo de forma acelerada.


Em agosto, o tamanho de 4,1 milhões de quilômetros quadrados foi encarado não apenas como um novo recorde, mas também um alarme para as consequências das mudanças climáticas. Embora pareça isolado do resto do mundo, o oceano que rodeia o Polo Norte afeta todo o planeta. As mudanças climáticas que lá estão mais evidentes podem, já a curto prazo, acentuar eventos climáticos extremos, como secas e chuvas fortes. A seguir, reunimos as características do Oceano Ártico e explicamos suas principais mudanças.

O mar congelado e a Criosfera

Atualmente, 10% da superfície da Terra é coberta por neve e gelo, formando a -Criosfera. Este termo é usado para se referir coletivamente a todo gelo e neve existentes na superfície terrestre. Forma-se basicamente por duas maneiras: pela precipitação e acumulação de neve sobre continentes ou ilhas, constituindo as geleiras e os dois grandes mantos de gelo (massa de neve e gelo com grande -espessura e área maior do que 50 mil quilômetros quadrados) da Antártica e da Groenlândia.  E pelo congelamento da água do mar, formando uma fina capa de gelo marinho sobre o Oceano Ártico e o Oceano Austral, aquele que rodeia o continente antártico. 

Os oceanos polares são cobertos por uma fina capa de mar congelado, mas com características diferentes que refletem, antes de tudo, a distribuição da massa continental. No Ártico, o oceano é circundado por continentes, permitindo a estabilidade do pacote de gelo marinho no seu interior. Na Antártica, o Oceano Austral é aberto e a extensão desse pacote tem grande variação entre o verão e o inverno. 

Quando o inverno se aproxima e a temperatura cai abaixo do ponto de congelamento do mar, –1,83°C graças à salinidade, o pacote de gelo marinho (a banquisa) expande-se. Esse gelo, que no primeiro ano terá entre 15 e 60 centímetros de espessura, poderá ultrapassar 2 metros de espessura, se sobreviver ao derretimento de verão. No Hemisfério Norte, esse gelo pode expandir-se para mais de 15 milhões de quilômetros quadrados no inverno, avançando muitas vezes até 55°N, na -região da Terra Nova (Canadá) e no Mar de Okhotsk (extremo leste da Rússia). 

Por outro lado, seu derretimento também é rápido, e no fim de setembro a extensão de gelo é reduzida para 7 milhões de quilômetros quadrados, medida mínima média até a década de 1990. Já a variação do mar congelado ao redor da Antártica é o fenômeno natural com maior variação de área ao longo de um ano – salta de 1,8 milhão de quilômetros quadrados para até 20 milhões de quilômetros quadrados, entre o verão e o inverno. Portanto, essa variação sazonal na extensão de gelo do mar é um ciclo normal. 

A capa de gelo marinho do Ártico 

Nas últimas três décadas, no entanto, a extensão mínima do gelo ártico decresceu rapidamente. A figura da página ao lado mostra a área mínima da cobertura do gelo marinho no Oceano Ártico no mês de agosto desde 1979 até 2012. A extensão de agosto de 2012 é 2,9 milhões de quilômetros quadrados menor do que a média entre 1979 e 2000. Ainda: no dia 17 de setembro de 2012, o mar congelado atingiu a menor extensão já constatada, somente 3,4 milhões de quadrados quilômetros.

Essa rápida redução do gelo marinho ártico surpreendeu a comunidade científica, pois as previsões indicavam que tal redução ocorreria somente em algumas décadas. Também é observada a redução da espessura desse gelo marinho, conforme indicam os dados de sonares de submarinos nucleares obtidos durante as décadas de 1960 e 1970. A causa é o aquecimento da atmosfera regional, um dos maiores do mundo. 

A manter-se a tendência das últimas duas décadas, prevê-se um verão ártico sem mar congelado já na década de 2020. 

Tal modificação tem sérias implicações climáticas, para os hábitats de várias espécies polares e até geopolíticas. O desaparecimento desse mar congelado tende a deixar mais quente o Ártico, pois a superfície do oceano absorve mais energia que chega do Sol do que aquela superfície de neve e gelo. Isso ocorre porque o oceano é mais escuro do que a superfície de neve e gelo. Além disso, o próprio oceano transfere mais energia para a atmosfera, o que aquece mais ainda o ar da superfície do Ártico. Seria como removêssemos um cobertor do oceano, que então começa a perder energia mais rapidamente para a atmosfera. Em suma, dá-se o início a um retroprocessamento, em que o derretimento do gelo aquece ainda mais o Ártico, que derrete mais gelo, que aquece mais o Ártico, e assim por diante.

A circulação geral da atmosfera e dos oceanos, que origina o clima planetário, basicamente é o transporte de energia dos trópicos (que recebe mais energia do Sol) que perde para o espaço exterior para as regiões polares (que perde mais energia para o espaço exterior que recebe do Sol). Assim, o aquecimento e a remoção do gelo do Oceano Ártico certamente causarão mudanças do clima afetando todo o planeta. 

 Tanto as espécies que se movem sobre o gelo marinho para caça e migração, urso e raposas polares, por exemplo,quanto o plâncton que prolifera logo abaixo do gelo terão de passar por rápidas adaptações. O caso dos mamíferos que caçam parte do ano sobre o gelo marinho já recebe muita atenção da imprensa, mas é o fitoplâncton ártico, base da teia alimentar, que é muito mais sensível ao aumento da radiação solar, decorrente da remoção da capa de gelo, que deveremos observar.

Sobre o ponto de vista histórico, abre definitivamente uma passagem entre a Europa e a Ásia via norte da Sibéria. Essa é a passagem do Nordeste (imagem ao -lado), sonhada desde a época dos Grandes Descobrimentos, reduzindo a rota marítima em milhares de quilômetros e facilitando a exploração de recursos minerais na Sibéria. Em particular, facilita a exploração de recursos de óleo e gás na costa e plataforma continental norte-americana e siberiana. 

Esse é o motivo básico das diferentes ações russas ao longo dos últimos anos para reforçar sua soberania no alto ártico, inclusive para estender sua plataforma continental conforme permite a -Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Ainda, não devemos esquecer o impacto dessas rápidas modificações nas comunidades autóctones, como os inuits (esquimós) que têm seu modo de vida baseado na caça e pesca ártica.


Essas rápidas modificações na extensão do gelo marinho do Oceano Ártico são uma das mais fortes evidências das rápidas modificações globais no clima do planeta. A comunidade científica já tem evidências indiretas (pelo estudo de amostras de neve e gelo da Groenlândia e de outras ilhas canadenses) que tal processo não ocorreu pelo menos nos últimos 1,5 mil anos, ou seja, estamos tratando de um fenômeno drástico, com provável causa antrópica e cujas consequências ainda não são totalmente entendidas. Finalmente, ressaltamos que o derretimento do gelo do Oceano Ártico não afeta o nível dos mares, pois ele já se encontra flutuado. 

Guia de atividades didáticas


Mitos polares. Com o uso de mapas em projeções polares, compare as características geográficas  entre o Ártico e a Antártica 

Ainda persistem muitos mitos sobre as regiões polares em sala de aula. São vários os motivos: a falta de um globo ou o uso de projeções geográficas que deformam o Ártico e a Antártica; livros didáticos desatualizados; ou mesmo, o mito que vivemos em um país tropical verdejante, longe e pouco afetado pelas regiões mais frias do planeta. Sobre esse ponto, você sabia que Porto Alegre (RS) está mais perto da Antártica (3.600 km) do que Boa Vista, capital de Roraima (3.700 km)? 

Assim, uma interessante atividade de aula é o uso de mapas em projeções polares (como aqueles das figuras da página 32), ou um globo, ou o Google Earth, para mostrar várias características das regiões polares:

a) A diferença básica entre o Ártico (um oceano circundado por continentes) e a Antártica (um continente cercado por oceanos);

b) As características do mar congelado (que é formado pelo congelamento d’água, raramente ultrapassa 3 metros de espessura e cuja extensão varia milhões de quilômetros quadrados entre inverno e verão) e os grandes mantos de gelo da Antártica (que cobre 13,6 milhões de quilômetros quadrados, tem espessura média de 1.980 metros) e da Groenlândia (que cobre 1,7 milhão de quilômetros quadrados). Esses dois mantos são massas permanentes de gelo formadas pela precipitação e acúmulo de neve;

c) A diferença entre icebergs (que são pedaços de gelo que se desprendem dos mantos de gelo da Antártica e Groenlândia, e, portanto, são de água doce) e o mar congelado que é de água salgada;

d) Atualmente vivem no Ártico mais de 4 milhões de pessoas, onde  os inuits (antigamente chamados de esquimós) são somente uma de 14 etnias árticas (existem cerca de 144 mil inuits na Groenlândia, Canadá e Alasca). Enquanto isso, a população da Antártica oscila entre 800 (inverno) e 4 mil pessoas (verão). 

Competências Compreender as transformações dos espaços geográficos

Habilidades Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos

O PAPEL DO PROFESSOR NO EDUCAR PARA O PENSAR

O professor poderá trazer para a realidade dos educandos atitudes aparentemente simples e, refletir filosoficamente sobre elas, inserindo questões como o que faz com que as pessoas joguem ou não o papel na rua; quais as conseqüências de se jogar o papel na rua; de onde vem esse costume; o que se pode fazer para se ter uma postura diferente; se quando se tem atitudes como esta está-se cooperando com o direito de cidadania das pessoas que vivem no mesmo bairro, enfim, no mesmo país e por que não, como fica nesta situação a questão do responsável pela limpeza do quarteirão (provavelmente um gari) em relação à sua cidadania. Se necessário, partir para a investigação analisando os prós e contras, as novas possibilidades... Ainda em relação às atitudes do dia-a-dia perante o tema da CIDADANIA, é interessante também para esta reflexão, o que aponta Elizabeth Maia Bório, quando expõe que “em inúmeras ocasiões, por exemplo, os brasileiros, dão demonstrações de que falta o senso comunitário. Em assembleias de condomínio, comparecem poucos moradores para resolver questões que são de todos. Também não se sente co-responsável pela conservação do edifício onde mora ou da praia que é pública, e lá joga papéis, plásticos e latas.”

Elizabeth Maia Bório que “Em razão do baixo nível de educação do povo brasileiro, da perda de suas tradições e raízes culturais, da fraca capacidade de organização das classes subalternas para defesa de seus interesses e da pequena participação na vida política do país, confirmamos, como povo, a força do individualismo crescente na sociedade moderna. Esse individualismo dificulta uma convivência em que possam reinar a igualdade, a justiça e a fraternidade.” Pode parecer que não, mas refletir sobre atitudes do dia-a-dia é um dos caminhos para a conscientização, capaz de proporcionar mudanças na prática que atualmente anda tão banalizada, inclusive no que se refere ao tratamento em relação a uma outra pessoa humana. Em razão disto, nas aulas de filosofia ou mesmo num trabalho interdisciplinar, utilizando-se do aspecto filosófico, o professor-educador poderá criar condições para que o aluno reflita sobre suas próprias atitudes, de forma que possa confrontar a sua ação com as normas da sociedade, bem como sobre a atitude das pessoas da sociedade (grupo) em relação ao seu aspecto individual e o dos outros; aprendendo então, a lidar com seus direitos e deveres juntamente com o grupo em que convive.

O processo de conscientização através da reflexão filosófica, para a efetivação da cidadania para todos, capaz de levar à mudança da prática a nível da relação social, não se poderá esquecer da importância e necessidade do enfoque moral e ético, como norteadores desta reflexão. Para tal, ressalta-se que num primeiro momento, cabe aos educadores resgatar, ou seja, “trazer à tona” (fazer conhecer) o que é a moral e a ética, seus “papéis”, como funcionam, etc.; para que a partir deste estudo possa ser desenvolvida tal reflexão. É pertinente enfocar esta importância, porque nos dias atuais aumenta cada vez mais os péssimos exemplos (corrupções nos cofres públicos, descaso com a pessoa do outro, diferentes tipos de opressão e abusos que geram milhares de desabrigados, famintos e miseráveis, refugiados em drogas...) que impedem as pessoas de viverem plenamente sua cidadania; não deixando parâmetros capazes de levar as crianças e jovens a agirem e acreditarem que vale a pena ter um comportamento diferente, que vale a pena e é possível oferecer boas condições de vida para todas as pessoas.

22 de outubro de 2013

MANEIRAS SUSTENTÁVEIS DE ACABAR COM AS FORMIGAS SEM PREJUDICAR O MEIO AMBIENTE


O uso de substâncias químicas pesticidas embora eficiente no combate a pragas, via de regra se apresenta prejudicial à saúde e contaminante do meio ambiente. Além do mau cheiro e toxicidade ao serem inalados, ao atingirem o solo essas substâncias são capazes de contaminá-lo, aos lençóis freáticos ou poços de água que abasteçam as residências. Em seu uso na agricultura, no combate a pestes que se instalam nas plantações e acabam comprometendo a produção de legumes, verduras e frutas, acabam por levar riscos aos consumidores que não tomarem os cuidados necessários à descontaminação destes alimentos. Aproveite e confira aqui algumas dicas sobre como evitar este risco de forma sustentável.
Outra forma usual na aplicação de pesticidas se dá no combate a alguns insetos domésticos, a exemplo de formigas, insetos que ao trafegar por locais contaminados, como lixo e esgoto se transformam em vetores mecânicos de organismos patogênicos que podem acarretar doenças diversas, principalmente aquelas relacionadas a problemas gastrointestinais. A solução mais frequente é a aplicação de inseticidas, mas que trazem riscos equivalentes aos que há pouco mencionamos. Como alternativa a estas substâncias há algumas maneiras através do uso de materiais biodegradáveis, acompanhe aqui algumas dicas que poderão ajudar na eliminação do problema.
Crie um conjunto de alternativas baseadas nos seguintes ingredientes: sal, limão, vinagre e água em medidas iguais, cascas de laranja com água, vaselina, pimenta de Caiena, giz, fita adesiva, farinha de milho, água fervente e bicarbonato de sódio e vinagre.
Você pode usar esses ingredientes de dois métodos: o de aplicação direta e o de prevenção.
Aplicação direta
.Borrife as formigas com água e vinagre em medidas iguais. O baixo Ph da mistura deverá exterminá-las sem danificar os móveis, lembrando que vinagre e bicarbonato de sódio também são ótimos ingredientes para limpeza de superfícies. Veja mais aqui.
.Quando vir uma formiga, use uma fita adesiva sobre ela e pressione com os dedos, repetindo o processo até o término da cola da fita e capture o maior número possível de formigas.
.Alimente-as com farinha de milho. Este método consiste em dificultar a digestão das formigas e com isso provocar sua morte.

Prevenção
Identifique o percurso que as formigas fazem e busque encontrar sua origem.
.Procure por áreas em sua casa que podem servir como entradas para as formigas. Isso inclui buracos, janelas, portas de entrada de animais, rachaduras. Depois de encontradas essas áreas use algumas dessas técnicas de prevenção.
.Espalhe sal nas superfícies planas, como por exemplo, as janelas. Diferentemente do açúcar, as formigas não vão mais incomodar.
.Desenhe barreiras com o giz. Com o giz grudado nas paredes e frestas das portas, as formigas vão desistir de ficar, porque não gostam do carbonato de cálcio presente no giz.
.Esprema limão nas bordas que ficam expostas ao ar livre. O forte cheiro cítrico do limão vai espantar as formigas.
.Cubra fendas e rachaduras ocupadas pelas formigas com Pimenta de Caiena. Mas faça isso fora do alcance dos animais domésticos para que eles não tentem cheirar ou lamber a pimenta.
.Nas superfícies maiores borrife a mistura de água e vinagre.
.Espalhe cascas de laranja em torno do alicerce da sua casa ou nos formigueiros. Novamente, com o cheiro cítrico da fruta as formigas devem evadir.
.Passe vaselina ao longo das bordas dos seus recipientes. Use isso nas tigelas dos seus animais de estimação que como ficam em contato com o chão podem atrair muitas formigas. Com isso elas não vão mais incomodar o seu bicho quando estiver comendo.
. O cravo também ajuda a espantar as formigas. Basta você adicionar um pouco dentro do açucareiro e nos pratos que ficam em volta dos bolos que elas somem rapidinho.  
Outro método eficaz no combate às formigas é você deixar sua casa limpa. Não deixe migalhas espalhadas pelo chão e limpe com frequência sua bancada, principalmente a da cozinha.
Lembre-se também que as formigas são parte da cadeia alimentar. Não elimine todas as que vivem no seu bairro, concentre-se em proteger apenas a sua casa.

21 de outubro de 2013

A CARTA DA TERRA




PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.


Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.


A Situação Global

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.


Desafios Para o Futuro

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.


Responsabilidade Universal

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos.

O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.


2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.

b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.


3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.

b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.


4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.

a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.

b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.



Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.

a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.

b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.

c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.

d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.

e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.

f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.


6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.

a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.

b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.

c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.

d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.


7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.

c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis.

d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.

e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.


8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.

a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.

b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.

c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.


III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.

a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.

b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.

c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.


10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.

a. Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre as nações.

b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.

c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.

d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas atividades.


11. Afirmar a igualdade e a equidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.

a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.

b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.

c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.


12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.

b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.

c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.

d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.


IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.

a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.

b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.

c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.

d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.

e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.

f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.


14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.

a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.

b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.

c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.

d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.


15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.

b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.

c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.


16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.

a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.

b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.

c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.

d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.

e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.

f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.



O CAMINHO ADIANTE

Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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